“A mentira é endêmica nas esquerdas.”

Isto tem que ser dito e repetido “ad nauseam”, porquanto, antes da subversão da ordem política, jurídica e institucional, existe a “subversão semântica”, consistente no uso inadequado das palavras para designar as coisas...assim, e segundo a ex-“Presidenta” (sic!) da República, crime não é crime, é “malfeito.” E, nesta mesma linha de ideias, assaltar bancos (prática em que se notabilizou a dita senhora...) é “expropriar da burguesia”, ao passo que invadir sítios, fazendas e prédios urbanos é promover a “ocupação” de tais imóveis.

Neste artigo, reporto-me à matéria publicada em “Notas & Informações” de “O Estado De São Paulo”, edição de 16 de Dezembro último, sob o título “O Dedo do PT.” São abordados ali os atos de vandalismo praticados por manifestantes da esquerda contra a aprovação da Emenda Constitucional denominada “PEC do Teto”, que estabelece limites aos gastos da União nos próximos vinte anos.

É necessário de plano, para a boa compreensão do assunto, deixar claro que os auto batizados “movimentos sociais” que gravitam em torno da estrela (graças a Deus, cadente) do PT, são na verdade organizações paramilitares, dotadas de comando, estado maior, serviços de inteligência, e até de intendência!...só isto explica a amplitude e a audácia das suas operações, até aqui --- e lamentavelmente --- impunes.

Em São Paulo, a fúria dos “manifestantes” (leia-se “milicianos”) se dirigiu, em especial, contra a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), cuja sede foi invadida e depredada. A operação --- como é evidente -- colocou em risco a vida e a integridade física dos funcionários da FIESP, do SESI e do SENAI, afetando ainda o público frequentador do Centro Cultural Fiesp, que oferece entrada franca a exposições e espetáculos teatrais.

Declarou Guilherme Boulos, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST): “A Fiesp representa o que não presta no Brasil. O dano da fachada da Fiesp é muito pouco perto do dano que ela está causando há muito tempo ao povo do Brasil.”

As palavras do comandante baderneiro têm que ser devidamente sopesadas pelos brasileiros dotados de patriotismo e bom senso. Em primeiro lugar, quem é o famigerado Boulos para dizer quem “presta” e quem “não presta” neste país?... a soberba deste indivíduo, ao emitir um tal juízo de valor, é reveladora da pretensão a possuir, ele, algo como a infalibilidade que é detida pelos Pontífices Romanos, em matéria de Fé!... e isto remete à tese de Heraldo Barbuy, por mim adotada: O Marxismo é uma religião; é uma contrafação, ateia e materialista, do Cristianismo.

Em segundo lugar, insultar a FIESP é insultar São Paulo, a História de São Paulo e os paulistas em geral. Uma entidade que congrega a indústria do mais próspero, culto e laborioso Estado da Federação Brasileira, não surgiu do nada. Ela é o termo final de uma longa trajetória. Este “iter” teve início com a fundação do Colégio no dia 25 de Janeiro de 1554, pelos padres Manuel da Nóbrega e José de Paiva, coadjuvados pelo noviço José de Anchieta e pelo cacique Tibiriçá. Prosseguiu com a saga dos bandeirantes, chamados de “raça de gigantes” por Auguste de Saint-Hillaire. Seus nomes inda ecoam --- e ecoarão sempre --- na História do Brasil: Antonio Raposo Tavares, Manuel de Borba Gato, Fernão Dias Paes, Pascol Moreira Cabral e tantos outros... o esforço de construção prosseguiu com os barões do café, responsáveis pela implementação da malha ferroviária, do porto de Santos e da rede bancária...aos “quatrocentões” vieram se juntar --- em hora abençoada --- os imigrantes, de todas as procedências, que denomino “neo-bandeirantes.” Eles se chamaram Conde Francisco Matarazzo, Comendador Martinelli, Comendador Crespi, Comendador Noschezze, Arthur Scatena, Mofarrej, Lutfala, Zogbi, Cury e assim por diante!...

Creio que mesmo o acanhado cérebro de um marxista é capaz de entender que, para haver na sociedade uma justa distribuição de riquezas, é necessário, por primeiro, gerá-las. Assim, a hostilidade contra a FIESP tem um nome bem simples: BURRICE.

As manifestações ordeiras e pacíficas têm que ser respeitadas. Mas a violência e as depredações têm que ser reprimidas, com o único “argumento” que convence as esquerdas: A FORÇA a serviço do Direito; a “vis compulsiva”, que os jurisconsultos romanos já distinguiam da “vis cruenta”, ou seja, da força bruta. Assim, que as autoridades procedam com energia contra os baderneiros.