Fonte: Acacio Vaz de Lima Filho
Noticiou o jornal “O Estado De São Paulo” em sua edição de 14 de Setembro próximo passado, página A-16, que o Governo Socialista Espanhol do “Premier” Pedro Sánchez, conseguira, na véspera, aprovar um decreto para exumar os restos mortais do Generalíssimo Francisco Franco Y Bahamonde, que repousam em um túmulo do cemitério militar do Vale dos Caídos.
Como tenho dito, repetido e enfatizado amiúde, “a mentira é endêmica nas esquerdas.” A iniciativa do governo socialista de exumar os restos mortais do General Franco, revela uma peculiaridade: Os comunistas e seus aliados “cor de rosa” não se limitam a mentir no presente. Eles mentem também sobre o passado, tentando reescrever a História!... e para isto não titubeiam em praticar o “revisionismo infantil” lobrigado, no caso vertente, pelo meu digno mestre de Latim e de Grego, cujo nome não declino aqui, por discrição.
A Guerra Civil Espanhola, que durou de 1936 a 1938, foi uma das mais ferozes e renhidas de toda a História do Ocidente. Ela dividiu e esfacelou famílias, muitas pessoas foram mortas debaixo de torturas inenarráveis, e, enfim, foi um episódio dolorosíssimo para todos os espanhóis. O conflito terminou com a vitória dos nacionalistas sobre os comunistas e seus aliados de sempre, os social-democratas.
O cemitério militar do Vale dos Caídos possui uma basílica, a de Santa Cruz do Vale dos Caídos, e nela estão os despojos de Franco e os de José Antonio Primo de Rivera, o fundador da “Falange”, agrupamento nacionalista que lutou na Guerra Civil.
É interessante observar que --- por uma iniciativa do próprio General Franco --- no cemitério do Vale dos Caídos estão enterrados mortos dos dois lados do conflito, nacionalistas e republicanos... além de um cemitério, o local é um símbolo de reconciliação nacional, com a presença de sepulturas de antigos inimigos.
A iniciativa de Sánchez é infeliz, em primeiro lugar, por mutilar a História. A Guerra Civil Espanhola existiu. E a vitória dos nacionalistas, foi e é um fato inconteste. Em segundo lugar, assim como houve e há, na Espanha, inimigos figadais de Franco, existem também os seus admiradores. E a prova disto é que, constantemente, há flores em sua tumba!... por derradeiro, e por mais que “as esquerdas” esperneiem em contrário, é incontestável que Francisco Franco é o pai da Espanha moderna. Finda a Guerra Civil, dedicou-se com energia, e revelando-se um estadista de primeira, a reconstruir o país. Criou na Espanha uma classe média, até então inexistente. E convenhamos: Apesar de odiada por Dona Maria Helena Chauí (!), a classe média é absolutamente necessária para o equilíbrio de uma sociedade. Franco industrializou a Espanha, e passou a explorar o imenso potencial turístico do país ibérico. E fez a mais bem sucedida reforma agrária de que tem notícia a História do Direito. Como se tudo isto não bastasse, restaurou a monarquia, e assim, evitou a eclosão de uma nova guerra civil.
Tudo bem considerado, penso que a motivação dos comunistas é de ordem médica: O General Francisco Franco sofria de uma doença de que eu mesmo também padeço: Trata-se da “Hanseníase Ideológica”, que se manifesta pelos seguintes sintomas: Acreditar em Deus, amar a Pátria, respeitar os valores da Família, e cultuar a tradição nacional. E há um perigo a mais: A doença é transmissível, por meio da leitura, da informação e do estudo sério da História!... Cabe aqui evocar o poeta nacionalista espanhol José María Pemán: “Sevilla...yo tenía como tu la Giralda, un perfil contra el cielo todo mio! Las cuatro torres del mi alcazar, me las robaran unos hombres rojos, por odio a todo lo que se alza de puro amor al cielo...” Este ódio não poupa nem os restos mortais de um honesto militar que livrou a Pátria da tirania bolchevista.
*Acacio Vaz de Lima Filho é advogado e professor universitário, e autor dos livros “O Poder Na Antiguidade”, “As Constituições Imperiais Como Fonte Do Direito Romano” e “A Censura: Magistratura Moral Da República Romana”