Fonte: Migalhas

A pandemia redefine o trabalho: o crescimento do home office destaca a possibilidade de alta produtividade com menos horas. Grandes empresas do Vale do Silício, inicialmente remotas, agora buscam o retorno aos escritórios.

Gilda

A pandemia mudou radicalmente nossa concepção de trabalho.

Se alguns veem as evoluções dos últimos anos como uma ameaça à produtividade, outros captaram a oportunidade de reconsiderar a noção de 'tempo de trabalho'.

Vejamos:

O crescimento sem precedentes do trabalho remoto iluminou uma evidência: é possível manter uma produtividade elevada trabalhando menos.

Estaríamos nós presenciando os prenúncios de uma nova era onde a noção de tempo de trabalho seria consideravelmente reduzida?

Ora,

As grandes empresas do Vale do Silício foram as primeiras a adotar o trabalho à distância no início da pandemia.

Três anos depois, a indústria de tecnologia multiplica e envida esforços para "repatriar" seus empregados (back to the offices) ao escritório.

Exemplo dessa realidade: Google, que recentemente teria irritado seus colaboradores ao deles exigir a presença no escritório três dias por semana.

Enquanto isso, para o Meta, a Amazon, v.g., centenas de empregados entraram em greve para expressar seu descontentamento. Tais movimentos demonstram que a transição para um modelo híbrido agora parece ser um fato consumado.

O TELETRABALHO, UM LEGADO DURADOURO?

De acordo com pesquisadores da prestigiada Universidade de Stanford, a adoção do teletrabalho permanecerá como um dos legados duradouros da pandemia. Antes da crise, cerca de 5% da força de trabalho americana trabalhava em casa. Este número saltou para mais de 60% durante a crise e agora está em cerca de 30%.

Essa evolução influenciou o mercado imobiliário, incluindo em nossas metrópoles e cidades.

Atualmente, muitos trabalhadores estão deixando os centros urbanos em busca de moradias mais espaçosas situadas nos arredores das grandes cidades.

E, surpreendentemente, a democratização da Internet e a inteligência artificial fazem com que convivamos formas de entender o trabalho, tornando-o mais autônomo e incorporando tarefas em nosso cotidiano.

Suas aplicações aumentaram a produtividade e liberaram precioso tempo para os empregados.

As tarefas repetitivas de alto valor agregado, como o processamento de dados, por exemplo, encontram-se em processo de automação.

'Muitos trabalhadores estão deixando os centros urbanos em busca de moradias mais espaçosas situadas em seus arredores.'

O cenário acima, embora pareça futurista, levanta questões fundamentais sobre a natureza do trabalho, o valor do indivíduo na sociedade e a maneira como definimos o sucesso, o êxito e a felicidade.

Que possamos antecipar e preparar desde já essa potencial transição, garantindo que os benefícios da tecnologia sejam compartilhados igualmente e que seja dado a todos a liberdade e os meios para escolher seu próprio caminho.