O Brasil, partindo da União para os Estados e Municípios, tem muitos e variados problemas. Fazendo um estudo comparado, com outros países, verificamos nosso atraso em relação à educação; à saúde; à habitação; à segurança; à mobilidade urbana; à higiene com rios poluídos, falta de redes de esgoto e até de sanitários para grande percentagem da população; vias férreas e estradas de rodagem; economia e desemprego.
A classe política, mormente os candidatos a cargos eletivos sabem, conhecem os problemas há décadas. Pior, são dramas causados, em vários casos, por seus próprios partidos, no poder durante longos períodos de omissão e inação, em relação a serviços públicos básicos, essenciais. Apesar de tudo, os mesmos candidatos apontam para correções, prometem soluções para falhas de governos anteriores, que foram de seus próprios partidos. Como sempre, apresentam projetos com participação popular; construção de vias férreas cruzando o Brasil; estradas de rodagem; a transposição de águas do Rio São Francisco; multiplicação das linhas do metrô nos municípios com grande população (lembram-se das fotos, em trem maravilhoso, e à beira de um riacho, como se fosse o Rio São Francisco, nas eleições anteriores); hoje prometem até a impressão de zerar os débitos, ou limpar o nome, no Serviço de Proteção ao Crédito - SPC - o que na verdade será um disfarçado refinanciamento que já é realizado.
Hodiernamente, o que mais atrai a atenção, é a falta de propostas para evitar a corrupção, para enxugar a máquina pública, aparelhada na administração pública direta, sem concurso, e mascarada como cargos de confiança, bem como na administração indireta, com centenas de milhares de parasitas – cabos eleitorais, nos três níveis da federação, da União, dos Estados e dos Municípios. Estas propostas requerem ainda, o pacto federativo, com redução substancial de Municípios (Prefeitos, vices, secretarias, vereadores). Portanto, não combatem as causas que poderão oferecer os recursos necessários, para a realização das obras públicas e, estas sim, consumirão produtos e serviços, mão de obra em vários segmentos diretos e indiretos e produzirão tributos e rendas para novos e crescentes investimentos, geradores de empregos. É o ciclo que transmite confiança, retém os empresários brasileiros e atrai os do exterior, tendo como corolário empreendimentos e capital para alcançarmos desenvolvimento desejado. Ao contrário, continuam com mentiras, ataques pessoais, oportunismo para distorcer uma ou outra manifestação de adversários, confundindo o eleitorado com promessas irrealizáveis, repetitivas das disputas anteriores. Agem tal e qual uma piorra que gira, gira, gira, mas não sai do mesmo lugar.
Esse blá... blá... blá, cotidiano, dos políticos inconsequentes, sem uma lógica convincente, desacredita o eleitor, hoje mais esclarecido. Torna a outrora enganação em ridículo argumento objeto até de piadas, criadas pelo povo. A oferta, sem base, de tantas obras e empregos, sem atrair o capital e empreendedores internos e externos para investir cai no vazio. O exagero chega a tal ponto que um candidato oferece 13 milhões de empregos, outro 11 milhões, outro 3 milhões. Já é suficiente: 27 milhões para 13 milhões de desempregados. Tem emprego demais: faltarão 14 milhões de trabalhadores; “faltará mão de obra”!
Dircêo Torrecillas Ramos - e-mail: