acacio vaz de lima filho 60Escrevo aos 31 de Março de 2019. Há exatos 55 anos, as tropas do General Olimpio Mourão Filho, sublevadas em Juiz de Fora, nas Minas Gerais, iniciavam a sua marcha rumo ao Rio de Janeiro, sendo que as guarnições militares de outras regiões do Brasil aderiram à iniciativa chefiada pelo General Mourão Filho. Toda a movimentação militar tinha o escopo, nítido e transparente, de derrubar o governo filo-comunista --- aliás claudicante --- do Presidente João Goulart. Por sua vez os militares entraram em ação motivados pelo clamor dos civis, que desejavam exatamente a deposição de Goulart.

         Creio firmemente que o que aconteceu em Março de 1964, foi (mais) uma das manifestações do fenômeno que menciono em meu artigo “O Positivismo E A República”, publicado na Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo: Derrubada a Monarquia em 1889, o Exército, no Brasil, passou a atuar como o que chamo de “Poder Moderador Atípico”... o qual, diferentemente do que era exercitado pelo Imperador --- com a caneta --- se utiliza de baionetas, fuzis, cargas de cavalaria etc.

         “A mentira é endêmica nas esquerdas”, como tenho dito, repetido e enfatizado “ad nauseam.” Assim, os comunistas e seus aliados, entre os quais incluo a maioria dos jornalistas, falam em “Golpe Militar”, quando se referem aos acontecimentos de 31 de Março de 1964 e ao regime político então instaurado no Brasil, que chamam de “Ditadura.” Nada mais falso, do ponto de vista histórico: Os principais líderes da Revolução de Março de 1964 foram três civis: O Dr. Adhemar Pereira de Barros, então Governador de São Paulo, Magalhães Pinto, à época o Governador de Minas Gerais, e Carlos Lacerda, que governava o naquele tempo existente “Estado da Guanabara.” O coordenador da “Marcha Da Família, Com Deus Pela Liberdade”, em São Paulo, foi o Senador Auro Soares de Moura Andrade, um outro civil. E civis foram os organizadores e participantes das “Marchas Da Família, Com Deus Pela Liberdade”, que existiram em todo o país. Consigo aqui, por ser um ato de justiça histórica, a ativa participação, na resistência anticomunista, do advogado Dr. Odorico Nilo Menin, com quem tive a honra de trabalhar,  e de sua esposa, Dona Rosinha de Aguirre Menin.

         A bem da verdade, o que houve em Março de 1964 foi um movimento cívico-militar, e não um “golpe militar”, como é alardeado --- como sempre, mentirosamente --- pelas “esquerdas.” E, se houve --- o que admito “ad argumentandum” --- uma “Ditadura Militar” no Brasil, de 1964 a 1985, é preciso ter em conta que visava ela impedir a instauração de uma ditadura comunista, objetivada pelos inúmeros movimentos armados de esquerda do período: Valmar Palmares, MR8, Colina e assim por diante. A rigor, havia um clima de guerra, que tornava de todo inviável a manutenção dos direitos e garantias individuais. Tratava-se de uma situação bélica.

         Os remanescentes da luta armada de esquerda, como a “Presidenta” (sic!) Dilma Roussef, Zé Dirceu e Genoíno, que hoje se apresentam como “democratas” que lutavam “pela democracia, contra a ditadura” desejavam, na verdade, implantar entre nós uma ditadura comunista, de modelo cubano... são estes os “partidários da liberdade” que demonizam o Movimento Cívico-Militar de Março de 1964, e que não admitem seja ele comemorado.

         Por três vezes os brasileiros disseram “Não!” ao comunismo ateu, internacionalista e sanguinário: Em 1935, quando as nossas gloriosas Forças Armadas derrotaram a Intentona Comunista, chefiada pelo ex - Capitão Luiz Carlos Prestes; em 1964, no momento em que o Exército, atendendo ao clamor dos civis, derribou João Goulart, e em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro... o Comunismo é, “in se ipso”, incompatível com as tradições da Nacionalidade. O 31 de Março de 1964 pode e deve ser comemorado, sim, pois livrou o Brasil da servidão vermelha.

         Termino estes comentários, aludindo ao excelente romance “Centauro Quirão, O Juiz Da Rainha”, de meu particular e querido amigo, o escritor paulista nascido na Bahia  Dr. Abdiel Reis Dourado: O Sacerdote Baal jamais implantará a sua odiosa tirania sobre o bom povo de Tupan-an!...

*Acacio Vaz de Lima Filho, advogado e professor universitário, é Livre-Docente em Direito Civil, área de História do Direito, pela Faculdade de Direito de São Paulo (Largo de São Francisco), sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Acadêmico Perpétuo da Academia Paulista de Letras Jurídicas, e Conselheiro do Instituto dos Advogados de São Paulo