A Universidade é uma criação da muito caluniada e totalmente desconhecida Idade Média. Surgiu ela como uma corporação de mestres e alunos unidos na busca pelo saber. E dois foram os fatores que fizeram a sua grandeza no Medievo Europeu: --- A autonomia e o compromisso com o saber pelo saber.

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Com base no “modelo” de Bolonha, a instituição universitária se espalhou, de início pela Europa e, “a posteriori”, por todo o Mundo.

“Nomina sunt consequentia rerum”, “os nomes derivam das coisas.” Este é o ensinamento, atemporal, da filosofia aristotélico-tomista. Segue-se que, para abordar com proficiência o tema ora enfocado, é necessário que levemos em conta alguns dados linguísticos.

“Universidade” é uma palavra que remete a “Universus”, tradução latina do Grego “Katòlon”, expressão cunhada por Aristóteles que significa, literalmente, “segundo o todo.” O adjetivo grego “Katholikos” vem desta expressão.

Em Latim, “Universitas, atis” quer dizer “universalidade”, “a totalidade”, “o todo.” Cícero, em “De natura deorum”, 1, 120, usa a palavra “universitas” no sentido de todas as coisas existentes, em sua visível diversidade, numa unidade harmônica, como o conceito grego de “Cosmos”, isto é, todas as coisas consideradas na sua unidade, segundo o todo, e não em unidades particulares.

O colorário desses dados é que a Universidade é a unidade na pluralidade. Ou seja, ela sempre foi um espaço em que houve o pluralismo das ideias e das opiniões!...

É aí que entra o Marxismo. Como o demonstrou Heraldo Barbuy, o Marxismo não é uma doutrina política, nem uma filosofia, nem um pensamento econômico. Ele é, ao revés, uma religião; paradoxalmente, uma religião ateia e materialista. Mais especificamente, é o Marxismo uma contrafação do Cristianismo.

Como religião que é, o Marxismo pretende ser o detentor da Verdade. Não é ocioso lembrar que “Pravda” (“A Verdade”, em russo), era o nome do jornal oficial do Partido Comunista da União Soviética... detendo a Verdade, não pode o Marxismo tolerar qualquer ideia que se oponha a ele próprio; por outras palavras, não pode ele admitir o pluralismo e a diversidade de opiniões. Ora, o pluralismo e a diversidade de opiniões são algo ínsito na própria noção de “Universidade”!...

A atitude do Marxismo em face da Universidade, é a mesma que ele tem em face da Igreja, do Estado e da Sociedade em geral: --- A Universidade é uma simples etapa de um projeto de poder político.

No Brasil da hora presente a Universidade, sob o domínio do Marxismo, e dirigida por marxistas, tornou-se o reduto de um pensamento único, e excludente de todos os demais. Com isto ela se metamorfoseou de um “locus” do pluralismo das ideias e das opiniões, na “anti-Universidade.” Além do mais, prisioneira da camisa de força dos dogmas da religião/ideologia, a Universidade, no Brasil, tornou-se acrítica, afastando-se do seu papel, milenar, de guia da Sociedade...

A Universidade hoje, no Brasil, não passa de um centro de adestramento de militantes da esquerda, que picham paredes com palavras de ordem, destroem o patrimônio público e conspiram para a escravização da Sociedade que, com os suados impostos que paga, sustenta os delírios religiosos/ideológicos de uma minoria perniciosa...

*Acacio Vaz de Lima Filho, advogado e professor universitário, é Livre-Docente em Direito Civil, área de História do Direito, pela Faculdade do Largo de São Francisco, e acadêmico perpétuo da Academia Paulista de Letras Jurídicas