Os jogos olímpicos foram criados pelos gregos --- por aqueles “admiráveis gregos” de que falava o meu saudoso amigo Dr. Joaquim José de Oliveira Neto. E neles estava presente o ideal da perfeição humana, objeto do livro clássico de Werner Jaeger intitulado “Paidéia – A Formação Do Homem Grego.” Deve ser dito que os desportos eram encarados, pelos helenos, como uma preparação para a guerra, e como uma forma de aprimoramento do corpo e da mente. Assim, na Grécia, o que hoje chamamos de “atleta profissional” era alvo de desprezo: O “profissional” era alguém que se exibia em circos e em feiras, destacando-se apenas pela força bruta...
Há vários exemplos deste anseio grego pela perfeição do corpo e da mente: Em Homero, o “gerênio Nestor”, notável guerreiro, era ao mesmo tempo um sábio, cujos conselhos eram ouvidos pelos demais chefes que cercavam Tróia; o “astucioso Odisseus”, fértil em expedientes reveladores de uma brilhante inteligência, era ao mesmo tempo perito nas artes marciais... mais recentemente há os exemplos de Platão e de Alexandre, “O Grande”: O verdadeiro nome do filósofo era “Arístocles”, e o apelido de “Plato”, dado por seu professor de ginástica, derivava dos seus ombros largos. E Alexandre --- discípulo de Aristóteles --- era atleta e, simultaneamente um grande general, um profundo conhecedor da literatura grega, e... médico!...
As Olimpíadas foram recriadas no século XIX. E --- em minha modesta opinião --- elas não mais ostentam o espírito dos velhos jogos olímpicos da Grécia. Não mais vigora, hoje, a máxima “o importante é competir, não vencer”, mas sim a norma --- discutível do ponto de vista ético --- de que “é necessário vencer a qualquer preço.” A honestidade me compele a registrar aqui que, com esta minha opinião, não concorda o meu grande e velho amigo Professor Ademir Gebara.
Aqui, desejo tratar das Olimpíadas de 2016, sediadas no Rio de Janeiro. A ignorância é um fator poderosíssimo para dar coragem, a um homem, para cometer sandices. Foi a sesquipedal ignorância do Sr. Luiz Inácio da Silva, então Presidente desta infeliz República, que o levou a insistir em que um país pobre, endividado, cheio de mazelas sociais e com uma população carente em matéria de saúde, sediasse as Olimpíadas. Isto é coisa para países ricos, cujos problemas internos básicos estão resolvidos...
A única explicação que encontro para tal insistência, é a de que o Sr. Luiz Inácio da Silva pensou (coisa que, para ele, representa um doloroso esforço...) em realizar as “Olimpíadas do P.T.”, é claro que com modalidades esportivas diferentes das tradicionais. O Sr. da Silva, inclusive, deu o exemplo do seu espírito olímpico, inscrevendo-se na modalidade em que é reconhecidamente imbatível, a “Maratona Etílica”, prova em que o “atleta” tem que ingerir 51 doses da “Pinga 51” em 51 botecos diferentes. Quem parar em pé no final, é o vencedor. Dilma Rousseff está inscrita em halterofilismo feminino, na modalidade “Levantamento de Dados Falsos.” Competirá ainda em ciclismo, com “pedaladas fiscais.” José Dirceu exibirá a sua inimitável performance em “Lançamento de Propina”, cabendo o “Arremesso de Dólares” a Delcídio Amaral. Haverá uma prova de alpinismo --- “Escalada de Empreiteiras”, na qual ainda não está definido o nome do competidor. Para encerrar, uma prova de corrida --- revezamento de quatro atletas por quatrocentos metros --- intitulada “Corrida da Polícia Federal.” Nela competirão Nestor Cerveró, Vacari, Bunlai e Jacob Bittar.
Os petistas competirão, sim, continuando a zombar dos homens e mulheres de bem deste país, que trabalham, que pagam impostos, e que custeiam “O Grande Circo.” Mas, dizia João Guimarães Vaz de Lima, lá em casa, o “Tio João Guta”: --- “Vira, sobrinho, vira!...” este quadro não vai durar sempre. Uma conspiração foi descoberta em São Bernardo, para matar o Sr. Luiz Inácio da Silva. Há apenas um detalhe da execução do atentado, a respeito do qual, ainda não chegaram a um acordo os conjurados: --- Que arma deve ser usada para eliminar o homem (?) de Garanhuns: O Dicionário da Língua Portuguesa, ou a Tabuada?... de tais pequenos detalhes, às vezes depende a História...