(Livro A Escola que queremos, Governo do Estado de São Paulo)

Tenho defendido a educação single-sex, já adotada por algumas escolas no país.

Em seu livro, Alfonso Aguiló (Educação Single-Sex – Perguntas e Respostas, Ed. Quadrante, 2015), oferta surpreendentes dados estatísticos na Europa para mostrar que as escolas que o adotam têm tido um aproveitamento maior de seus alunos do que as escolas em que os estudantes dos dois sexos estudam juntos.

A razão da separação reside no amadurecimento mais rápido da menina. Em um determinado ponto na adolescência, o amadurecimento entre ambos os sexos se nivela, mas, enquanto crianças, a diferença é uma realidade. A menina é mais estudiosa e consciente de suas responsabilidades que o menino.

A separação evita o conflito de habilidades e amadurecimento, não poucas vezes provocando problemas para os meninos, que se sentem inferiorizados, nesta primeira fase da vida.

Por outro lado, por abolir uma competitividade prematura, as escolas para meninos ou para meninas, apresentam, na Europa, um aproveitamento consideravelmente superior para ambos os sexos. Tanto dos meninos como das meninas, mas sempre com um aproveitamento maior, na primeira infância e adolescência, das meninas.

A equiparação que se fará mais tarde, quando ambos os sexos encontram-se em igual patamar de maturidade, permitirá terem atingido um grau acima de aproveitamento do estudo superior, do que ocorre nas escolas partilhadas.

Os dados da Europa e da OCDE, na primeira fase, impressionam. Transcrevo as palavras de Aguiló em seu citado livro (p. 57): “Não me parece que as diferenças se devam a uma antiga herança cultural, que tem se diluído. Pelo contrário, elas se mantêm e, inclusive, aumentam com o passar do tempo, em todo o mundo ocidental, como demonstram categoricamente os resultados do PISA 2012 (Informe Espanhol, resultados y contexto, p. 194). Tanto na Espanha como no conjunto dos países da OCDE, a diferença entre as pontuações médias de leitura obtidas pelos meninos aumentaram com relação à das meninas, sempre em favor destas últimas, como se vê no gráfico a seguir. No ano 2000, no âmbito espanhol, as meninas obtiveram 24 pontos a mais que os meninos e 32 pontos a mais no conjunto da OCDE. Essa diferença aumentou, em 2012, para 29 pontos, na Espanha, e 38, na OCDE”.

O Colégio Catamarã em São Paulo é um bom exemplo do estudo singlesex, com resultados que têm entusiasmado seus professores e pais de alunos.