Este artigo, embora não seja uma continuação de “O Intelectual Marxista”, a ele está ligado, pois nele utilizamos algumas noções naquele trabalho expendidas. E o título não é contraditório, como poderia parecer “prima facie”... Arístocles, apelidado de “Platão” por seu professor de ginástica, em virtude de possuir ombros largos, foi um ateniense de estirpe aristocrática, nascido em 428 ou 427 a.C. e falecido em 347 a.C. Discípulo de Sócrates (469 a.C. a 399 a.C.) e, por sua vez, mestre de Aristóteles de Estagira (384 a.C. a 322 a.C.), foi o fundador da “Academia”, escola que tirou o seu nome dos jardins de Academos. E, por incrível que pareça, Marx está muito próximo de Platão, é óbvio que não tendo tido a genialidade do pensador grego.
Platão, o seu mestre Sócrates e o seu discípulo Aristóteles, constituem a tríade que assinala o apogeu do pensamento filosófico na Hélade. E os autores que comentam as vidas de Platão e de Aristóteles, “una voce”, informam que ambos se respeitavam e se admiravam mutuamente, mantendo uma sólida relação de amizade.
Coincidiam, o mestre e o discípulo, no que tange às mútuas imbricações existentes entre a Ética e a Política. Divergiam no entanto, num ponto fundamental: Aquele relativo à origem do conhecimento. Ao passo que, para o autor da “República” e de “Leis”, o ser humano era dotado das chamadas “ideias inatas”, que independiam de qualquer experiência sensível, sustentava Aristóteles que, para a aquisição do conhecimento, era necessária a participação da Experiência, em Grego, a “Empeiria”... em Latim, assim se expressaria a posição de Aristóteles de Estagira: “Nihil est in intellectu quod prius non fuerit in sensu” (Nada existe no intelecto que primeiro não tenha estado nos sentidos). A postura de Platão, por seu turno, assim poderia ser expressada: “Nihil est in intellectu quod prius non fuerit in sensu, nisi intellectus ipse” (Nada existe no intelecto que primeiro não tenha estado nos sentidos, a não ser o próprio intelecto).
Em “O Intelectual Marxista” julgo haver demonstrado que os seguidores de Marx padecem do que chamei de “lobotomia epistemológica”, porquanto, diante de qualquer objeto de estudo, estão “a priori” limitados pelo dogma do primado do fator econômico sobre todos os outros. O corolário desta peia metodológica é o de que a visão de um marxista, de todos os fenômenos que contempla, será sempre parcial, incompleta e mutilada... dizendo as cousas de maneira mais rude, e sem embargo mais clara, um marxista é sempre um vesgo diante da realidade. Ele “vê” o mundo, não como o mundo é, mas como o profeta barbudo da sala de leitura do Museu Britânico disse que o mundo era!...
O marxista --- por ser o Marxismo uma religião, e estar baseado em dogmas --- não modifica as suas crenças, mesmo quando a realidade, fornecida pela experiência, pela “Empeiria” aristotélica, desmente tais crenças: Não o convence o fracasso político e econômico da defunta União Soviética, nem a miséria da Venezuela, e tampouco a opressão política e a pobreza imperantes em Cuba. Há, relativamente ao marxista, uma curiosa --- e patológica --- inversão do clássico “Ver para crer.” Vejo, e pelo fato de ver, acredito no que vejo. Em se tratando de um marxista, inverte-se a ordem: Trata-se de “Crer para ver.” Primeiro eu creio, e depois “adapto” (e pois distorço...) a realidade à minha crença!...
Cousa curiosa: O “Materialismo Historico” ou “Materialismo Científico”, é profundamente idealista, sem embargo de Marx e Engels terem deturpado a dialética de Hegel (a dialética de Hegel é dinâmica, a de Marx e do seu “Timóteo” Engels, é estática!)
Se Marx e o seu sistema, ao menos em certa medida, se apoiam em algo parecido com as “ideias inatas” de Platão, o que não dizer dos preconceitos que, para um marxista substituem, na discussão, os argumentos lógicos?! Aqui, chegamos ao ridículo: Dona Maria Helena Chauí diz ter “ódio da classe média.” Sergio Moro (que, além de Juiz Federal, era arúspice, eu não sabia disto...) foi para o Ministério da Justiça porque condenou o Sr. Luiz Inácio da Silva a uma pena de prisão, muito antes da eleição de Bolsonaro, sem saber que este seria eleito, e assim por diante.
O delírio pode construir o épico: Os sonhos de D. Quixote, desvinculados da realidade, levaram Cervantes a escrever a sua obra-prima, e a fundar a novela moderna. Mas os delírios dos marxistóides do P.T. já conduziram ao maior surto de corrupção, roubalheira, desemprego e miséria --- material e moral --- do Brasil contemporâneo. Talvez os policiais e magistrados não sejam os homens mais indicados para tratar da matéria: O problema dos marxistas não é jurídico, mas médico; não é de cadeia, mas de internação psiquiátrica...